O Ibovespa, principal índice da B3, abriu o primeiro pregão do ano em queda, aos 119,8 mil pontos, enquanto o dólar sobe. Às 11h30, a moeda americana era cotada a R$ 6,21, acima do valor de fechamento do último pregão de 2024, quando encerrou a R$ 6,18. Tanto o índice quanto o câmbio estão pressionados pelo cenário fiscal. Investidores monitoram a repercussão da sanção presidencial à lei complementar que reforça o arcabouço fiscal, prevendo novos gatilhos para o congelamento de gastos em caso de deterioração das contas públicas. O fortalecimento do dólar reflete tanto o contexto doméstico quanto o externo, impulsionado pela maior aversão ao risco após dados mais fracos de atividade industrial na China e na zona do euro, que aumentaram as preocupações com a economia global.
RESTRIÇÃO NOS GASTOS
O Congresso Nacional só vai votar o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025 (PLN 26/2024) no final do recesso. A discussão sobre o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo e a votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 (PLN 3/2024) deixaram o Orçamento pendente. Os parlamentares voltam às atividades em 2 de fevereiro, mas existe a possibilidade de uma convocação extraordinária. O adiamento tem consequências para o governo. Sem a aprovação e sanção da lei orçamentária, o Executivo só tem autorização para realizar as despesas consideradas essenciais ou obrigatórias. Gastos com saúde, previdência e educação estão entre as despesas obrigatórias.
PESSIMISMO ASIÁTICO
A primeira sessão de 2025 no mercado financeiro asiático foi marcada por baixas. Em resposta a dados econômicos que vieram fracos, investidores preferiram evitar o risco e ajustar posições, puxando para baixo os principais índices da região — com destaque para a China. No país da Muralha, o índice Xangai Composto caiu 2,66%, enquanto o Shenzhen Composto recuou 3,14%. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 2,18%. Na bolsa de Taiwan, a queda foi de 0,88%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, perdeu força e terminou o dia com leve baixa de 0,02%. Por trás das quedas, começa a ganhar força a preocupação com as sanções comerciais prometidas por Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos e cujo mandato se inicia em 20 de janeiro. Isso se soma aos receios com o ritmo da economia asiática, sobretudo da China.