Tumor raro muda cor da pele de jovem
Sabrina Gomes enfrenta desafios para obter medicamento de alto custo necessário para estabilizar tumor no tórax e aliviar complicações graves
A fortalezense Sabrina Gomes, de 24 anos, vive uma batalha contra um raro tipo de tumor que afeta seu sistema hormonal e já trouxe inúmeras complicações graves, incluindo uma mudança na tonalidade de sua pele. A jovem espera há dez meses pela entrega de um medicamento que poderia estabilizar o tumor que compromete seriamente sua saúde. Em março de 2024, a Justiça determinou que a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) fornecesse o lutécio radioativo, substância essencial para seu tratamento, mas o medicamento ainda não foi entregue.
Um fato curioso da situação de Sabrina Gomes é a mudança na cor da pele, um dos efeitos mais visíveis e impactantes de sua condição, causada pelo excesso de ACTH produzido pelo tumor em seu tórax. O ACTH, hormônio que em condições normais é regulado pela hipófise, tem a mesma origem que o hormônio MSH, responsável pela produção de melanina, a proteína que dá cor à pele.
No caso de Sabrina, os níveis elevados de ACTH enganaram os receptores das células, que passaram a entender o ACTH como se fosse MSH. Esse “equívoco” celular levou à produção excessiva de melanina, escurecendo a pele em várias partes do corpo. Esse efeito colateral surgiu após a retirada das glândulas adrenais, em 2022, um procedimento necessário para controlar os altos níveis de cortisol no corpo, outra consequência do tumor.
No entanto, sem as adrenais, o ACTH continuou sendo produzido em excesso, resultando na hiperpigmentação de sua pele. Embora a equipe médica ainda não saiba se essa mudança é reversível, qualquer melhora na condição depende diretamente do sucesso no controle do tumor, que continua a se expandir e a complicar ainda mais a saúde de Sabrina.