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Malafaia chamou Moraes de “ditador” e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de “frouxo, covarde, omisso”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu apoiadores na Praia de Copacabana, na manhã deste domingo (21). A manifestação aconteceu entre os postos 4 e 5.

Os manifestantes começaram a chegar pouco depois das 8h. Bolsonaro saiu do hotel ali perto por volta das 10h10, subiu em um dos caminhões e fez um discurso de cerca de 35 minutos, iniciado às 11h26. A manifestação terminou às 12h, após o discurso do ex-presidente.

Neste horário, os manifestantes ocupavam as duas pistas da Avenida Atlântica na altura da Rua Bolívar, entre as ruas Xavier da Silveira e Barão de Ipanema – não foi divulgada estimativa de público. O professor de gestão e políticas públicas da USP Pablo Ortellado fez um levantamento que apontou um público estimado de 32,7 mil pessoas presentes no ato.

Em sua fala, Bolsonaro criticou o atual presidente, Lula, e os ministros do governo, citou Elon Musk como “mito” e um “homem que preserva a liberdade”, e voltou a defender a anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro (entenda abaixo) – como já havia feito no ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no fim de fevereiro.

“Quando eu estive com Elon Musk em 2022 começaram a me chamar de ‘mito’. Eu falei: ‘Não’ – aqui, em 2022 – ‘temos um mito da liberdade, Elon Musk'”, disse, antes de pedir palmas para o bilionário, que tem usado sua rede social, o X (antigo Twitter), para atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes por suspender da plataforma contas de apoiadores de Bolsonaro.

O ex-presidente voltou a falar sobre as eleições de 2022, que perdeu para Lula, mas alegou ter havido fraude nas urnas, sem nunca apresentar provas. Desta vez, disse que “não estava duvidando” e que era uma “página virada”.

“O que mais nós queremos é que o Brasil volte à sua normalidade, que possamos disputar eleições sem qualquer suspeição. Afinal de contas, a alma da democracia é uma eleição limpa onde ninguém pode sequer pensar em duvidar dela. Temos problemas hoje em dia. Façamos a coisa certa. Não estou duvidando das eleições, página virada”, disse.

O protesto foi convocado por Bolsonaro em meio a investigações das quais é alvo por suspeita de participação numa tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder.

O ex-presidente, ex-ministros e assessores e militares são alvos de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga essa tentativa de golpe.

Durante a semana, Bolsonaro citou, por meio de sua rede social, que a manifestação era para dar continuidade ao ato realizado em São Paulo, em favor do estado democrático de direito e para falar sobre a “maior fake news da história do Brasil, que está resumido hoje na minuta de golpe” – o que ele repetiu em seu discurso neste domingo.
Além de Bolsonaro, discursaram o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto; a ex-primeira-dama, Michelle; os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano; a cubana nacionalizada brasileira Zoe Martínez; e os deputados federais Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer – que discursou em inglês por um momento.

Em sua fala, Malafaia negou a tentativa de golpe e criticou a investigação. Chamou Moraes de “ditador” e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), de “frouxo, covarde, omisso”, e disse que os comandantes militares deveriam renunciar, se “honram a farda que vestem”.

Também participaram, sem discursar, os filhos de Bolsonaro Carlos (vereador), Eduardo (deputado federal) e Flávio (senador); o deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem; o general Walter Braga Netto; e os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).

O ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, e o presidente do PL, Waldemar da Costa Neto, subiram ao caminhão antes do início do ato porque estão proibidos pelo STF de se aproximar de Bolsonaro.

Anistia para presos do 8/1

Em fevereiro, durante ato na Paulista, Bolsonaro defendeu passar uma “borracha no passado” e anistiar os presos que teriam participado ou financiado os atos golpistas que culminaram no ataque contra as sedes dos três poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Mais de 1,4 mil pessoas foram presas após os ataques. Desde então, o STF tem julgado os envolvidos. Até a publicação desta reportagem, 196 pessoas foram condenadas.

Os presos estão sendo julgados individualmente por crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. (fonte G1)

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