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Lula emprestou quase 10 bilhões para a Venezuela e pode tomar calote

E o Brasil cortando as verbas da educação e saúde.

A crise política da Venezuela agravou as incertezas sobre como e quando o país quitar a dívida bilionária que tem com o Brasil. No total, R$ 9,4 bilhões (1,67 bilhão de dólares) não foram pagos, provenientes de empréstimos que o país caribenho fez com o Brasil durante os governos petistas. Conforme o tempo passa, o débito aumenta, visto que o regime chavista possui parcelas em aberto até janeiro de 2025 que totalizam o valor de R$ 117 milhões (31 milhões de dólares).

Na avaliação do analista de política internacional Vito Villar, consultado pelo Gazeta do Povo, a dívida não parece estar na lista de prioridades do governo da Venezuela, tampouco o do Brasil.

– Eu diria que muito provavelmente essa questão da dívida nem deve estar em cogitação, a Venezuela ainda persiste em uma crise econômica muito grande e que, consequentemente, afeta o pagamento desta dívida. O tema não parece estar na prioridade nem do governo venezuelano e nem do governo brasileiro – assinalou.

A nação comandada por Maduro passou a atrasar as parcelas desde 2017, meses após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e a posse do ex-presidente Michel Temer (MDB).

Em fevereiro do ano passado, pouco depois de assumir seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que a Venezuela e Cuba não arcaram com as dívidas porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou relações com os países em questão.

– [Bolsonaro] resolveu cortar relação internacional com esses países e para não cobrar e poder ficar nos acusando, deixou de cobrar e tenho certeza que no nosso governo esses países vão pagar, porque são todos amigos do Brasil e, certamente, pagarão a dívida que têm com o BNDES – garantiu.

Entretanto, a previsão do petista não se cumpriu. O chefe do Executivo retomou as relações com a nação vizinha e chegou a receber Maduro no Brasil com honrarias, mas as negociações não avançaram. Desde então, duas reuniões virtuais entre representantes de ambos os governos chegaram a ser feitas, contudo, o regime chavista parou de atender os contatos do Ministério da Fazenda no ano passado.

Argentina e Uruguai reconhecem González como presidente da Venezuela

Países estão convencidos de que Maduro perdeu as eleições

Nesta sexta-feira (2), os governos da Argentina e do Uruguai reconheceram a vitória de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela. Fontes oficiais dessas nações declaram que o opositor do governo de Nicolás Maduro como o vencedor nas eleições de 28 de julho.

Pela rede social X, a ministra das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Diana Mondino, confirmou a decisão de seu país, compartilhando ainda o link para que as pessoas possam acompanhar os resultados eleitorais.

– Todos podemos confirmar, sem sombra de dúvida, que o legítimo vencedor e presidente eleito é Edmundo González – escreveu ela.

O porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, também se pronunciou e disse que Maduro perdeu as eleições e que está escondendo as atas.

– A comunidade internacional, em sua maior parte, aceitará gradualmente que tudo não passou de uma grande fraude e que o ditador Maduro tem de deixar o poder e dar lugar, de uma vez por todas, a ações democráticas e ao que o povo venezuelano quer, que é viver em paz e democracia.

Adorni reiterou que a posição do governo de Javier Milei é “clara” de que “Maduro é um ditador”, que “falsificou dados eleitorais de forma extremamente óbvia”.

O Uruguai adotou uma visão parecida, dizendo que não há dúvidas de que Maduro perdeu a eleição para González.

– Com base na evidência esmagadora, está claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais venezuelanas – escreveu o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Omar Paganini, na rede social X (ex-Twitter).

A Argentina e o Uruguai estão na lista dos sete países cujos funcionários o governo de Nicolás Maduro expulsou da Venezuela depois de não reconhecer os resultados das eleições e exigir um processo de verificação dos votos.

*Com informações EFE