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Empresária suspeita de desviar R$ 35 milhões

Crime na alta sociedade: suspeita de desviar R$ 35 milhões é indiciada por organização criminosa e lavagem de dinheiro.    A empresária Samira Bacha é suspeita de desviar dinheiro de empresas. Polícia Civil de MG ainda indiciou a mulher por falsidade ideológica e estelionato.

A empresária Samira Monti Bacha Rodrigues foi indiciada pela Polícia Civil de Minas Gerais pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato. A instituição ainda solicitou a prisão da mulher, decisão que cabe à Justiça.

Samira Bacha é suspeita de desviar cerca de R$ 35 milhões de três empresas e lavar o dinheiro, convertendo-o em itens de luxo como joias, relógios e bolsas.

A suspeita foi presa no apartamento dela, avaliado em R$ 6 milhões, em Nova Lima, na Grande BH, em 25 de junho. No imóvel, foram apreendidos R$ 15 milhões em bens, incluindo joias adquiridas em Dubai, uma pulseira de diamantes, relógios, bolsas de grife e uma BMW.

De acordo com as investigações, Samira Bacha começou a cometer as fraudes em 2020, dois anos após se tornar sócia de uma empresa de cartões de crédito de benefícios, a convite de um amigo.

“Ela começou aumentando o crédito que tem no cartão. Cada cartão tem um limite para fazer compra, e ela percebeu que podia aumentar o limite, gastar o cartão. Depois, ela mesma apagava, tirava a dívida do sistema”, explicou o delegado Alex Machado, titular da delegacia especializada no combate a crimes tributários, em coletiva realizada em junho.

Segundo ele, a suspeita cooptava funcionários e os fazia maquiar planilhas da empresa, aproveitando-se da posição como sócia.

Como agia a empresária suspeita de desviar 35 milhões

Depois disso, Samira Bacha passou a atuar em outra companhia do mesmo grupo, especializada em cartões para a classe médica, com valores maiores.

“Ela começou a fraudar esses cartões médicos, aumentar os limites mais ainda, cooptar novas pessoas e descobriu, nesse momento, que poderia pegar o valor dos cartões e descarregar, procurar agiotas que passam o cartão, cobram uma taxa e devolvem uma parte. Quando ela descobriu isso, passou o cartão dela, da empresa, para R$ 500 mil. Ela passa a torrar R$ 500 mil por mês e manda apagar dos sistema essa dívida”, detalhou Machado.

Por fim, a mulher migou para uma terceira empresa do grupo, voltada para a antecipação de recebíveis.

“São empresas que têm R$ 10 milhões, R$ 20 milhões para receber. Ela começou a simular operações, como se alguém tivesse pedindo esses valores, e esses valores eram liberados e caíam direto na conta bancária dela. Ela já estava se preparando para ir embora, sumir com tudo que pudesse. Por sorte, foi descoberta por um funcionário”, afirmou o delegado.

De acordo com ele, ao longo do período das fraudes, a suspeita passou a frequentar a “alta sociedade” de Belo Horizonte. Ela realizava diversas viagens internacionais para comprar artigos de luxo e chegou a gastar US$ 148 mil em joias em Dubai.

Ainda segundo a polícia, Samira Bacha se aliou a uma joalheria de Nova Lima para vender as peças.

Após ser descoberta, a mulher foi denunciada pelos sócios. Segundo a Polícia Civil, ela chegou a devolver ao grupo parte do dinheiro, mas, posteriormente, passou a negar os desvios e ocultar o restante.