Economia

China é ameaça para o aço brasileiro

Sem barreiras, importações da China representam risco para indústria do aço do Brasil

Nos dias 26 e 27 de setembro, as principais lideranças da indústria do aço e representantes do poder público estiveram reunidos, em São Paulo, na 33ª edição do Congresso Aço Brasil para discutir temas que são prioridade na agenda do setor. Descarbonização, competitividade da indústria, atratividade de talentos, desafios e tendências foram alguns dos temas debatidos ao longo da programação do evento.

A Usiminas foi representada pelo vice-presidente de Assuntos Estratégicos e também vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Sergio Leite, que também foi o moderador do painel sobre “Nova Ordem Econômica Mundial – Inserção no Brasil”, com participação do economista Ricardo Amorim; do Conselheiro Emérito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro; e do deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, Arnaldo Jardim.

Durante todo o evento, um dos assuntos mais destacados foi a necessidade da adoção de medidas emergências para reduzir a entrada de aços importados no mercado brasileiro, principalmente aqueles provenientes da China e da Coreia do Sul, que adotam práticas anticoncorrenciais, como os preços abaixo do custo de produção.  Segundo dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil, no ano 2000, a China representava 1,4% das importações brasileiras de produtos siderúrgicos. Hoje, essa fatia chega a 54,2%, ou 1,7 milhão de toneladas e, apenas em 2023, a importação de produtos siderúrgicos deve crescer 42%.

“Por toda a Europa, nos Estados Unidos e mesmo em vizinhos na América Latina já foram tomadas medidas para evitar essa concorrência predatória. O Brasil segue isolado sem barreiras, prejudicando a indústria nacional”, destaca Sergio Leite.

O executivo reforçou que o setor siderúrgico brasileiro trabalha cotidianamente no sentido de tornar o país um grande protagonista nos próximos anos, com produtos de ponta e alta qualidade de serviços. “O nosso país é uma das principais economias do mundo, com um potencial extremamente importante, mas que ainda não consegue tornar realidade toda sua plenitude. Tem os trabalhado nas nossas empresas e seguiremos cada vez mais, contribuindo para avançarmos”, avalia.