Bolsonaro tem agravamento no quadro clínico e permanece na UTI
Ex-presidente está internado em Brasília e apresenta alterações nos exames hepáticos e pressão elevada após cirurgia abdominal
Em virtude desse quadro, Bolsonaro segue em jejum absoluto, sendo alimentado exclusivamente por nutrição parenteral, e permanece sob acompanhamento de fisioterapia motora e medidas para prevenção de trombose venosa. Novos exames de imagem estão programados para esta quinta-feira, como parte do monitoramento contínuo da evolução clínica.
O boletim, assinado por seis profissionais de saúde, incluindo os cardiologistas Leandro Echenique e Brasil Caiado, o chefe da equipe cirúrgica Cláudio Birolini, e os diretores Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges, não apresenta previsão de alta para a UTI. Eles também reforçaram a recomendação de restrição total de visitas.
Mesmo com essa orientação médica, Bolsonaro recebeu, na quarta-feira (23), a visita do pastor Silas Malafaia e do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Além disso, realizou uma live na noite anterior direto do hospital. Esses episódios serviram de base para que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizasse a intimação de Bolsonaro, no contexto da ação penal que apura tentativa de golpe após as eleições de 2022.
A oficial de Justiça responsável entregou a intimação às 12h47 de quarta-feira. A equipe do ex-presidente gravou o momento e publicou o vídeo, de 11 minutos, nas redes sociais. Nele, Bolsonaro questiona a legalidade da intimação em seu estado de saúde.
A atitude provocou reações imediatas. Entidades representativas dos oficiais de Justiça repudiaram a exposição da servidora pública, classificando a gravação como uma violação de sua intimidade e da função institucional.
“Repudiamos de forma veemente a filmagem indevida e não autorizada e a divulgação sensacionalista e não consentida da atuação da oficial de justiça”, diz a nota do SINDOJAF e da UniOficiais/BRBolsonaro deu entrada no hospital após sentir-se mal durante uma agenda política no Rio Grande do Norte. A cirurgia, realizada no dia 13, durou 12 horas e teve como objetivo remover aderências intestinais e reconstruir parte da parede abdominal. Apesar da complexidade, não houve intercorrências durante o procedimento.
Esta foi a sétima intervenção cirúrgica na região abdominal do ex-presidente, desde o atentado sofrido em 2018 durante ato de campanha em Juiz de Fora. A previsão dos médicos é que Bolsonaro permaneça internado por cerca de duas semanas e leve até três meses para se recuperar totalmente, sem a necessidade de novas cirurgias, caso não surjam novas complicações.
por: plox / [email protected]