Essa fala, porém, não agradou a setores que esperavam um posicionamento mais firme contra o novo governo americano, especialmente após anos de tensões com o governo anterior de Bolsonaro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou um tom surpreendentemente conciliador diante da posse de Donald Trump para seu segundo mandato, minimizando qualquer impacto negativo da eleição do republicano. Durante uma reunião com ministros, Lula declarou: “Não queremos briga. Nem com a Venezuela, nem os americanos, nem com a China, nem com a Índia, nem com a Rússia”.
Com essa fala, ele tentou suavizar as tensões e transmitir uma imagem de paz e diplomacia, algo que gerou críticas de que o presidente “amarelou” ao não adotar uma postura mais firme diante de um governo dos Estados Unidos que pode ser mais hostil ao Brasil.
O petista também minimizou os temores sobre a vitória de Trump, sugerindo que a situação não deveria ser vista como uma ameaça à democracia mundial. “O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua”, afirmou. Essa fala, porém, não agradou a setores que esperavam um posicionamento mais firme contra o novo governo americano, especialmente após anos de tensões com o governo anterior de Bolsonaro.
Lula aproveitou o momento para reforçar sua postura de controle interno e afirmou que a prioridade do seu governo será manter a paz, mesmo dentro do país. “Daqui pra frente, nenhum ministro vai poder fazer portaria que crie confusão para nós sem que essa portaria passe pela Presidência”, destacou, deixando claro que pretende ter mais controle sobre as ações do governo. A declaração, que visou demonstrar organização, também refletiu uma estratégia de evitar qualquer desgaste interno, especialmente com a eleição de 2026 já se aproximando.
Moraes quer “esmagar a oposição” e tem chance real de perder visto nos EUA, diz Eduardo Bolsonaro
O deputado reforçou que, apesar das críticas ao processo, Bolsonaro cumpriu todas as decisões do STF, incluindo a entrega de documentos e objetos solicitados pela corte.
Em Washington, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou duramente a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impedir o ex-presidente Jair Bolsonaro de comparecer à posse de Donald Trump, em janeiro. Segundo Eduardo, a recusa é uma tentativa de “esmagar” a oposição ao governo Lula. “Fica claro essa interferência e esse conluio entre o Lula e o Judiciário”, afirmou, destacando que Bolsonaro nunca fez nenhuma declaração que sugerisse risco de fuga. Para o deputado, a medida é um ato de vingança por parte de Moraes, que considera o ex-presidente um desafiante político.
Eduardo também questionou a validade do julgamento de Bolsonaro no STF, considerando o ex-presidente sem foro privilegiado e criticando a condução dos processos pelo ministro. “Bolsonaro jamais deveria estar respondendo nesse foro”, disse, apontando a falta de imparcialidade de Moraes. O deputado reforçou que, apesar das críticas ao processo, Bolsonaro cumpriu todas as decisões do STF, incluindo a entrega de documentos e objetos solicitados pela corte.
O parlamentar, que está nos Estados Unidos para acompanhar a posse de Trump, afirmou ainda que há “chances reais” de Moraes perder seu visto, citando um projeto de lei em andamento no Congresso americano que poderia levar à cassação do passaporte de autoridades que abusem de seu poder. “Isso vai ganhando força”, disse, referindo-se ao apoio de congressistas como Maria Elvira Salazar, que já fez manifestações pedindo a revisão do visto de Moraes e outros ministros do STF. Para Eduardo, essa medida seria uma resposta à postura de Moraes, que, segundo ele, violaria a liberdade de expressão, ao pressionar plataformas digitais a removerem conteúdos.
Eduardo Bolsonaro afirmou que a questão não é pessoal, mas sim uma defesa dos valores da liberdade e da não perseguição política. “Minha conduta é sempre de defender os valores da liberdade e da livre iniciativa”, explicou. O deputado ainda destacou que, embora não tenha tomado medidas diretas com Trump ou Marco Rubio sobre o tema, acredita que a agressividade de Moraes pode levar a uma reação do governo dos EUA, o que colocaria em risco o status do ministro no país. (fonte: portalnovonorte.com)