O dólar fechou o pregão desta quarta-feira (18) batendo novamente o maior valor nominal da história. A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 6,267, uma alta diária de 2,82%.
Causa. A desvalorização do real reflete a desconfiança do mercado financeiro com a eficácia do pacote de corte de gastos proposto pelo governo. Hoje o governo gasta mais do que arrecada e, apesar das promessas, ainda não conseguiu sair dessa situação de déficit.
Impacto. O dólar mais caro aumenta o custo de produtos importados, como farinha de trigo e maquinário, que muitas vezes são usados na base da fabricação de outros bens. Esse efeito em cascata causa um aumento da inflação, afetando o bolso dos brasileiros.
Proposta. O pacote de cortes de gastos do governo prevê uma economia de até R$ 70 bilhões nos cofres públicos em dois anos (R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026). A medida está sendo votada hoje pela Câmara e, se aprovada, será enviada nesta quinta-feira (19) para o Senado.
Mesmo com essa aprovação, o governo terá dificuldades de atingir a meta fiscal de fechar 2025 sem gastar mais do que arrecada, conforme previsto no texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada nesta quarta-feira.
Otimismo. O governo avalia que o placar da votação na Câmara da reforma tributária ontem e da LDO hoje ontem aumentam as chances de conseguir avançar com o pacote de corte de gastos. Segundo o colunista da BandNews FM, Rodrigo Orengo, apesar do otimismo, o governo “demorou demais e acabou apresentando um pacote que ele estava não estava dentro do que o mercado esperava”.
Mas nem tanto. Apesar da expectativa de que a aprovação do pacote de gastos acalme o câmbio, a colunista da BandNews Juliana Rosa avalia que a moeda não deve voltar a ficar abaixo de R$ 6. “O cenário internacional, com o retorno de Trump e as recentes ameaças de taxação nos produtos brasileiros, a moeda norte-americana não vá ter uma diminuição na sua cotação tão cedo”, disse. (Fonte: BAND)