Bolsonaro vê vitória de Trump como impulso para sua volta ao Planalto e sugere Michel Temer como vice
Ex-presidente descreveu a vitória de Trump como um avanço estratégico em sua “caminhada de mil passos” rumo à reconquista do cargo
Jair Bolsonaro declarou nesta quarta-feira (6) que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos seria um “passo importantíssimo” para realizar seu objetivo de voltar à presidência do Brasil em 2027. Inelegível até 2030 devido a uma condenação por abuso de poder político e econômico, o ex-presidente vê em Trump uma inspiração para enfrentar desafios legais e políticos semelhantes.
Importância de Trump para retorno ao poder
Bolsonaro descreveu a vitória de Trump como um avanço estratégico em sua “caminhada de mil passos” rumo à reconquista do cargo. Ele acredita que o triunfo do republicano enviaria uma mensagem contra o que ele considera uma perseguição judicial para barrá-lo das eleições de 2026. Bolsonaro também afirmou que a eleição de Trump refletiria o desejo de uma democracia forte, tanto nos EUA quanto no Brasil, e que sua aliança com figuras como Trump e o empresário Elon Musk reforça o valor de ideais como a liberdade.
Inelegibilidade e obstáculos legais
Após uma série de ações judiciais, incluindo uma condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, Bolsonaro ficou inelegível até 2030. Ele ainda enfrenta investigações que podem resultar em penas de prisão e prolongar sua inelegibilidade. O ex-presidente também mencionou a possibilidade de um “acordo de anistia” para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, e expressou otimismo sobre seu possível retorno ao cenário eleitoral, acreditando no apoio indireto de Trump para sua elegibilidade.
Temer como possível vice
Especulações sobre uma eventual chapa Bolsonaro-Temer surgiram recentemente, e o ex-presidente não descartou a ideia de aliança com Michel Temer, ex-presidente e figura central no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Bolsonaro elogiou o perfil “garantista” de Temer e disse estar aberto a discussões com diferentes lideranças para construir uma base de apoio em 2026.
Relacionamento com o Judiciário e o Congresso
Bolsonaro criticou o papel do Judiciário em sua gestão, declarando que acredita que o Parlamento deveria ter a palavra final nas decisões de governo. Ele afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) intervém de forma excessiva em assuntos políticos, ao contrário do que ocorria durante sua gestão, quando havia embates frequentes com o Supremo.
Reflexões sobre seu mandato
Em relação a sua presidência, Bolsonaro admitiu ter cometido erros, como não ter escolhido políticos experientes para cargos estratégicos e ter enfrentado a imprensa de maneira intensa. Embora tenha mantido sua postura crítica sobre passar a faixa presidencial para Lula, ele mencionou que repensaria algumas de suas escolhas caso pudesse reviver seu mandato.