Esposa do Líder do Comando Vermelho recebida em Ministério
Caso da ‘Dama do Tráfico’ rende pedidos de CPI e de impeachment a ministros de Lula
Os requerimentos foram apresentados depois que Luciane Farias, esposa de um líder de facção criminosa, esteve em dois ministérios em Brasília.
Os encontros entre Luciane Barbosa Farias, a esposa de um líder de uma facção criminosa, e secretários dos ministérios da Justiça e Segurança Pública e dos Direitos Humanos e da Cidadania motivaram ao menos dois pedidos de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e dois de impeachment a ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Luciane é presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas, que defende melhores condições no sistema carcerário brasileiro e luta pelos direitos humanos das pessoas privadas de liberdade.
Ministério da Justiça se pronuncia sobre reunião com esposa do líder do Comando Vermelho
Mulher de Tio Patinhas participou de reuniões com diretores e secretários do Ministério; órgão diz que Luciene Barbosa não foi identificada
O Ministério da Justiça e Segurança Pública se manifestou sobre as duas reuniões que tiveram a participação de Luciene Barbosa. Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, traficante mais perigoso do Amazonas e líder do Comando Vermelho (CV) no estado. Os encontros foram revelados pelo Estadão.
Conhecida como “Dama do Tráfico Amazonense”, Luciene foi condenada por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa e responde em liberdade. Tio Patinhas cumpre sentença de 31 anos de prisão.
Trio encrencado
Apesar da revelação de reuniões de Luciane Barbosa Farias – esposa de um líder do Comando Vermelho – na sede do Ministério da Justiça, os secretários que a ciceronearam permanecem intocáveis nos cargos. Recai sobre o chefe da pasta, Fávio Dino, o desgaste provocado por Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos, e Rafael Velasco Brandani, secretário Nacional de Políticas Penais. Além do bombardeio da oposição – com pedidos de convocações e denúncias -, o trio do MJ encrencado pela esposa do traficante Tio Patinhas entrou na mira do Ministério Público junto ao TCU. Assinado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, o pedido de apuração sustenta que não é possível alegar que o encontro foi “um erro”, como tentou justificar Elias Vaz.