DestaquesFazendo o bem

24 DE OUTUBRO: Dia Mundial de Combate à Poliomielite

A poliomielite é uma doença conhecida desde a antiguidade, porém foi somente no final do século XIX que a doença paralítica foi reconhecida como um problema significante, quando as epidemias começaram a aparecer no norte da Europa.

Os primeiros relatos de casos de poliomielite no Brasil foram feitos no início de 1911, em São Paulo, pelo Dr. Luiz Hoppe, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e no Rio de Janeiro, pelo Dr. Oswaldo Oliveira, do Hospital Misericórdia. A primeira descrição de um surto de poliomielite no país foi feita também, em 1911, pelo Dr. Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, e um segundo registro de surto no país, em 1917, pelo Dr. Francisco de Salles Gomes, em Americana, no Estado de São Paulo.

Parceiros do Rotary na luta contra a Pólio

A luta pelo fim da pólio é liderada pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI), que inclui Rotary, UNICEF, Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundação Bill & Melinda Gates, e governos do mundo, com o apoio de muitos outros ao redor do globo.

O Rotary usa as habilidades e a paixão de seus associados para conscientizar, arrecadar fundos e incentivar os governos a doarem e apoiarem os esforços de erradicação da pólio. Mais de um milhão de rotarianos ofereceram seu tempo e recursos para ajudar a erradicar a pólio.

Fundação Bill & Melinda Gates

A Fundação Bill & Melinda Gates é a maior fonte privada de financiamento do GPEI. Para cada US$ 1 doado ao End Polio Now, até US$ 50 milhões por ano, ele doa US$ 2 para a erradicação da pólio. Fornece suporte técnico e investe em pesquisas para aprimorar vacinas, vigilância e resposta a surtos da poliomielite.

Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças

O CDC emprega epidemiologistas, especialistas em saúde pública e cientistas para investigar surtos de poliomielite, identificar a cepa de poliovírus envolvida e identificar sua origem geográfica.

UNICEF

UNICEF compra vacina contra a poliomielite e administra sua distribuição. A agência divulga os benefícios da vacinação para ganhar a aceitação da comunidade. No terreno, os trabalhadores de campo imunizam as crianças com a ajuda de trabalhadores de saúde locais e voluntários.

Organização Mundial da Saúde

A OMS coordena a gestão e administração do GPEI e fornece apoio técnico e operacional aos ministérios da saúde em todo o mundo. A OMS é responsável por monitorar nosso progresso e planejamento estratégico.

Esses números mostram o progresso que fizemos contra a pólio ao longo dos anos:

– Quase 3 bilhões de crianças foram vacinadas contra a poliomielite.

– 19,4 milhões de pessoas que de outra forma teriam ficado paralisadas pela poliomielite podem andar hoje.

– 1,5 milhão de mortes infantis foram evitadas pelo fornecimento de vitamina A do GPEI – um nutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento saudáveis ​​– às crianças durante as campanhas de imunização contra a poliomielite.

– Os casos de poliomielite causados ​​pelo poliovírus selvagem foram reduzidos em mais de 99,9%.

– O número de países que notificam casos de poliomielite causada pelo vírus selvagem foi reduzido de 125 para dois.

– O Rotary investiu mais de US$ 2,2 bilhões em esforços globais de erradicação da pólio.

– O Rotary também ajudou a garantir mais US$ 10 bilhões em doações de governos para os esforços globais de erradicação da pólio.

– 122 países receberam apoio de subsídios Pólio Plus.

Se os esforços de erradicação da pólio parassem agora, em 10 anos, 200.000 crianças poderiam ficar paralisadas a cada ano.

Todos os países permanecem em risco de pólio até que a doença seja completamente erradicada do mundo. Até então, a melhor maneira de os países minimizarem o risco e as consequências da infecção da pólio é manter fortes níveis de imunidade da população por meio de alta cobertura de vacinação e forte vigilância da doença para detectar e responder rapidamente à pólio.

No Tele Pólio 2022 (https://fb.watch/glqw-wgLtV/), realizado no Brasil, no dia 15 de outubro, o  Presidente do Programa Pólio Plus, Mike McGovern disse: ” estamos quase erradicando a pólio, mas não chegamos lá ainda. Tivemos ao menos 30 casos, até agora, esse ano, e isso é preocupante. Temos vacinado casos derivados, mas ainda tivemos algumas surpresas. Tivemos um caso em Nova York, tivemos casos em Moçambique, em Malawi e tivemos amostras ambientais positivas em Londres. Isso mostra que devemos estar vigilantes e que  devemos manter ao apoio ao combate a pólio.

Este ano, recentemente, o IPC – Comitê Rotary da Pólio aprovaram USD 50 milhões para continuar a prover imunizantes e vigilância. E o que isso gerou , por exemplo no Paquistão? Nós patrocinamos o Dia Nacional da Imunização, onde 45 milhões de crianças foram vacinadas no Afeganistão. Nós ainda promoveremos dias de vacinação, onde mais 9,5 milhões de crianças serão vacinadas. Isto é o que manterá a pólio, de chegar no Brasil, e em outros países. Temos que ter fortes programas de imunização. Temos que erradicar a pólio, mas ainda do que tudo, temos que ter o seu apoio parta fazer isso. O objetivo de arrecadação é ambicioso. Ainda está em dois para um pela Fundação Gates. Mas as crianças do mundo merecem um planeta livre da pólio. Estamos perto e juntos podemos erradicar a pólio.’

Doença contagiosa

Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), podendo infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas). Pode provocar ou não paralisia.

A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores. Se as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição forem infectadas, a doença pode ser mortal. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.

Sintomas:

Na maioria dos casos, a infecção pelo vírus da poliomielite pode não ter sintomas, porém, a transmissão continua ocorrendo, pois é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e os alimentos.

Os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção. Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são febre, mal-estar, dores de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Na forma paralítica, quando a infecção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.

Tratamento:

Como em muitas infecções virais, não há tratamento específico para a doença, mas alguns cuidados são indispensáveis para controlar as complicações e reduzir a mortalidade. Dentre eles:

– repouso absoluto nos primeiros dias para reduzir a taxa de paralisia;
– mudança frequente de posição do paciente na cama, que deve ter colchão firme e apoio para os pés e a cabeça;
– tratamento sintomático da dor, da febre e dos problemas urinários e intestinais;
– atendimento hospitalar nos casos de paralisia ou de alteração respiratória;
– acompanhamento ortopédico e fisioterápico.

Medidas de prevenção:

– a falta de saneamento básico e de medidas adequadas de higiene são a principal causa de transmissão do vírus da poliomielite;
– a má qualidade da água utilizada para consumo e alimentos preparados sem os cuidados de higiene facilitam a proliferação dos diferentes tipos de poliovírus;
– lavar sempre as mãos, especialmente antes de preparar as refeições, de começar a comer e depois de usar o banheiro;
– estimular nas crianças pequenas a prática de hábitos saudáveis de higiene, como lavar as mãos, só beber água tratada e verificar se utensílios de mesa e cozinha estão limpos antes de usá-los.

Importância da vacinação:

Em 1994, a região das Américas foi a primeira no mundo a ser certificada como livre da pólio. Essa conquista dos anos 1990 é relevante neste momento em que há apenas dois países – Paquistão e Afeganistão – onde o poliovírus selvagem ainda circula. Hoje, apenas um dos três tipos de poliovírus selvagem permanece ativo, e o mundo está pronto para dizer adeus à poliomielite.

O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP).

Até que a poliomielite seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante, entre outras medidas.

Existem duas vacinas contra a poliomielite: a VPO-Sabin, ou vacina da gotinha,  que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. Deve ser aplicada aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade e até os 5 anos, as crianças devem receber doses de reforço anualmente. A outra é a vacina VIP ou Salk, administrada por via intramuscular, é indicada para pessoas expostas, com baixa imunidade, ou que viajarão para regiões onde o vírus ainda está ativo.

As vacinas contra a poliomielite foram desenvolvidas graças ao trabalho conjunto dos cientistas Jonas Salk e Albert Sabin, e dos que os antecederam nas primeiras pesquisas com vírus conduzidas a partir do início do século 20.

Fonte de pesquisa: https://www.rotary.org/pt     –     https://www.endpolio.org/pt                            https://polioeradication-org.translate.goog/